terça-feira, 15 de novembro de 2011

Poema (bobinho) de amor

Tão delicado é o choro da dama
Ao simples tilintar do sofrimento
Que, de tão tardio, o meu pensamento
Nem pude socorrê-la, a que me ama.


Este choro que não presenciou,
A que ainda não viu o homem em pranto,
Que diz não chorar, mas, que chora tanto
Quando vê em pedaços o amor que semeou


O que o fez com santo cuidado,
Nalgum dia de sua tão breve vida,
Da qual ele até pensa em se retirar


Ao escutar sua moça, enfim, dizer
Que, por mais que pudesse merecer,
Nada, a ele, ela podia mais dar.




John Borovisque.
(B-side de Verso Rígido.)

domingo, 13 de novembro de 2011

Discutindo a relação

Os poetas viajam
Naufragam em vão
Sussurram palavras a ouvidos
De outros, que dançam


E, assim como as horas,
São filhos postiços, queridos;
São como genros, e noras
De nossos tanto atrevidos


Ponteiros incertos,
De dores passageiras e olhos que veem,
Dos pés que gelam, bocas que selam
meus mil beijos nalgum verso de alguém


Em lábios que nem podem tocar,
Já que são lábios escritos;
Te soluço algo como vinho, você me tem;
És quem, afinal, pra me dizer como amar?




John Borovisque.
(B-side de Verso Rígido.)

sábado, 12 de novembro de 2011

Dia dos namorados

À todos os namorados,
Aqui vos deixo um poemeto:
Amando com amor, ou calados
Um silêncio nunca mete medo.




John Borovisque.
(B-side de Verso Rígido, 12 de junho de 2010.)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Sexo Verbal

Ninguém pode ler
o que, aqui, está escrito.
Isso é sigilo. É tabu!
Bu! E agora? E aquilo ali, em negrito?


Os músculos se contraem
Quando o poeta se contorce todo, mas, por pura vontade;
Se contorce por prazer, de ser
o todo seu de sua própria criatividade.


Camisa de vênus, e as ninfas
Duas bocadas, e foi-se a entrada
Fez-se a dança do amor
E veio-nos a menina, renovada.


Ninguém sabe o que aconteceu.
Mas, todos sabem, sim, o que aconteceu.
É que a nossa imaginação entra em orgasmo
só de imaginar que a vida, de amores, ali morreu.




John Borovisque.
(B-side de Verso Rígido, março de 2010.)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Moça Educada

Moça educada
até termina com "por favor" e "muito obrigada";
é, moça educada é outro nível
e talvez seja, realmente.


Moça educada
sempre nos deixa com um um gostinho bom na boca,
e com um nó na garganta;
não, nós não temos nenhuma opinião formada sobre ela


Arrastando multidões inteiras
com sua tamanha gentileza;
tamanha gentileza essa que, até os que nem
eram tão vis assim, se conspiraram contra mim.


Moça educada
sempre é habilidosa com as palavras;
sabe controlá-las na hora certa, dosá-las;
ela sabe me curar, e me matar, como me faz agora


E tudo o que eu sei
sobre essa moça, que sempre me fez rir
até nas horas mais incertas
é que, na verdade, ela nunca existiu



John Borovisque.
(B-side de Verso Rígido. 2009)

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Folclore

O que um anjo
Sente pelo outro,
Em seu íntimo,
Não é folclore.


Pode ser folclore
Um beijo bem beijado
Um amasso bem amassado
Sendo eles sem ter
Algum sentido.


Quando um anjo
Corta sua asa,
Mas o faz sem querer,
o folclore está em
Se explicar ao outro.


O que não pode
Ser um folclore
É o fato de não deixar
De ser quem és, mesmo amando.


Folclore
O nosso amor nunca será;
Folclore
É o que há no ar
Mas, se me respirar
Nunca terás quem a ignore,
Somente ouvirás falar em folclore.




(Folk - ''povo'' e Lore - ''saber'')
John Borovisque.
(B-side de Verso Rígido. fevereiro de 2010.)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Brincos de Argola

Brincos de argola
quando estão nas orelhas tuas
eu gamo, amor, juro;
eu gosto de vocês
desd'os tempos de escola


Brincos de argola
quando te ajudam a sorrir
são a maravilha solene pra mim
quando estão nas orelhas tuas


Brincos de argola
são parte de tua beleza metalizada
e eu gamo, amor, juro;
eu gamo quando você balança-os
no calor da madrugada!



John Borovisque.
(B-side de Verso Rígido. 2009)