domingo, 23 de outubro de 2011

Felicidade

Dizer que a felicidade
fosse algo mero duradouro
- Pois que ouro dura pouco -
dura nem uma eternidade


Seria morrer na incrível dúvida
de que os bons morram cedo,
não digo que tenho medo
de sumir na boca estúpida,


Mas, quem me dera desmentir
o que há nessas todas velozes
- Que tão roucas e vozes -
são as únicas que me fiz ouvir...


- Felicidade é partir
de onde nunca estivemos
um lugar que desconhecemos
só por de lá vir!


- Ler poemas de meus
pra conhecer novos lares
e quem me dera cantares
que alguns fossem Deus...


Vejo que não bastou, enfim, ser rei
Pra te fazer de homem
E dizer em meu nome
Que sou feliz e não sei.





John Borovisque.
(In Verso Rígido. 2011.)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sessões #1




Eu, assinando o contrato para a publicação de meu livro de estréia, "Verso Rígido", em meados de agosto de 2011.

domingo, 16 de outubro de 2011

Interlúdio #3

"(...) Que nem sempre as coisas saem do jeito que queremos eu sei, mas também você não precisa fazer disto algo mais sonoro aos meus ouvidos, à minha alma."


saudações,
John Borovisque

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Balada à menina doente (Ela não gosta de poesias)

Ela não gosta de poesias,
a garota a quem recentemente passei a amar,
mas, se ela é o colírio único pra meus olhos sofridos,
que posso eu fazer, senão pro vento,
esses versos declamar?


Deus a colocou em meu caminho
mas não a inseriu em minha doce intuição
sobre as divinas coisas.
Penso em exibir-lhe romantismo, e a vejo detestar,
penso em dar-lhe rosas e a vejo as arrasar,
a tal garota a quem, precocemente, passei a amar.


Meninas e meninos brincando na calçada
Mal podem imaginar o quão confuso estou agora:
Detestar ou me apaixonar? Eis a questão,
Ao me lembrar de uma terceira cogitação:


Seus dentes, tão bonitos,
Que me mastigam um futuro melhor;
Seus beijos, sua voz, sua humanidade,
o que mais podia eu de alguém desejar?
Que ela soubesse que é através de poesias que também a amo,
a garota a quem, doente, passei a amar.


Ela não gosta de poesias,
A que fez de minhas noites, menos frias;
O andarilho perfeito entrou em sua pele
e, do meu coração, não pôde mais sair!


E as coisas seriam tão mais fáceis
se pudesses ler minha mente,
mas, saiba que eu realmente a desejo,
de qualquer forma, a qualquer custo.
E lá vêm eles, os anjos crianças,
o caminho da felicidade lhe mostrar,
mostrá-lo à garota por quem
recentemente passei a esperar.





John Borovisque.
(in Verso Rígido. 2012.)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Leminsque

Abri certo diário, e tive medo:
Há pessoas dizendo antigamente
cada vez mais cedo.




John Borovisque.
(In Verso Rígido. 2011.)

Interlúdio #2 - Amor em parafuso

- Ela transborda toda a essência de um mais amável amor com o qual tanto sonhamos ter um dia. Sim, um amor que também tenha perdas irreparáveis e sonhos modificados, porque o amor é isto. Um amor puro, poético e verdadeiro. Poucas pessoas hoje em dia sabem amar de forma poética...


- Próximo!




John Borovisque.

Versos Andarilhos

Felizes são meus versos de colorir,
Que conseguem ler o bom das pessoas
Essas que, por serem simplesmente boas,
Nem de versos precisam, pra sorrir.


Peço pros diversos que me vão ser
Que mostrem o caminho às suas vidas,
Pra que beijem as pessoas esquecidas,
As que não vão nos esquecer.


As que, por mais que pudéssemos oferecer
algum risco de vida,
Nunca nos privaram de comida
E de algum crescer.


Felizes são os versos que declamo,
Andarilhos por si só
Os feitos sem cuidado, os que amo,
Que vivem debaixo de pontes e dos quais
eu não consigo ter um pingo de dó.




John Borovisque.
(in Verso Rígido. 2012.)

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Interlúdio #1

'Caro Frankie,



O mundo seria uma total desgraça se uns pudessem ler a mente dos outros, posto que nem sempre queremos pensar o que pensamos e, assim, já próprios nos ofendemos.'



John Borovisque.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Fogo

Todos avistam o sinal de fogo
De seus grandes palácios
de palafitas,
de alertas
diamantes.


E, com toda a moral
de uma peteca caída,
Cá vens, desaparecida
Provar de meu só floral.


Com a guarda baixa,
Não mais me meto nos que chegam,
Os olhos aguçados, me cheiram
à Faixa de Gaza


Das terras prometidas,
De onde pessoas assistem otimistas,
mesmo que sem pistas,
ao mistério da vida.


Todos têm sede, sim,
Todos têm rede;
O doutor é jovem. Que mal há?
Pelo menos já sabe por onde começar a examinar:


- Você pode morrer
E nem se tocar,
Ou nem se teclar,
Se você for mesmo, um vício.





John Borovisque.
(in Verso Rígido. 2012.)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Tudo no domingo me é sério.
Me encabula o seu sorriso, o seu falar
Seu andar por entre as horas, tão devagar
e rápido, tão isento de um mistério.


Me faz lembrar de dias chuvosos
Mesmo o que por vezes escaldante,
Pois calor me lembra amor de amante:
Preferia poemas a beijos escandalosos.


Disseram que seu resguardar é de lei
Mas, me resguardar a quem eu podia,
Já que a vida corre e nem andar eu sei?


(Se bem que, no fundo, estaria contente
Porque tentarão arrancar do céu a semente
Que, ao tocar o chão, será o segundo dia.)




John Borovisque.
(in Verso Rígido. 2012.)

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Falam

Fale o que falem, eu sei
que já disse o que precisava,
Que já amei enquanto economizava
duas palavras das quais nunca falei.


Eles falam, falam muito
sobre o que me fiz hesitar;
Falam, falam sobre ela,
Sobre o tão feio nome que é amar.


Fale pra entender,
Fale pra desentender;
É o não-obedecer disto
e daquilo que se queira dizer.


Falam muito sobre o querem escutar,
Falam muito do capeta, do homem
Mas, digam o que falem,
Eu não vou mais falar.


Ops. Eu disse.





John Borovisque.
(in Verso Rígido. 2012.)

Poema de um sotaque só

Eu falo um brasileiro
Com um quê de português;
Marinha mercante, tipo merchan
E, assim, vou fechando o mês.


Nunca me dei com o baianês
Do sonoro farol da barra
Mas, que de boas gurias e axé-farra,
Até mata o meu guri freguês.


Dos pés de meu sambista,
Canto hinos ao teu célebre fascista
Numa última paródia italiana


E perco meu tempo, à americana
s-o-l-e-t-r-a-n-d-o conduíte e chupando cana
Nesta vida que só se entende por brasiliana.




John Borovisque
(in Verso Rígido. 2012.)

domingo, 2 de outubro de 2011

Memórias póstumas sem jazigo

Ande, passe a bola
Estão todos esperando;
Siga em frente, não dê bola;
Jogue o jogo e então, evolua.


Esqueça o passado,
pois, afinal, já é passado;
Este é só um espelho
Quanto mais se olha, mais se está passado.


Não se deixe intimidar
pelos bobos da corte,
não se deixe enganar
por quem só te quer à noite


E se esforce
mas também relaxe;
Seja o fiel que torce
mas também a fé que age.


Sinta-se em casa
porque eu não me sinto;
Veja o que vejo, cuspa o que falo
Porque, na verdade, só penso que minto.


E que salve o seu império
de todas as mais destrutivas chagas
E que chegue a tempo
pra resgatar a sua princesa da eterna maldição,
mas, se no caminho bater uma vontade de se matar,
de ser mais um não ao sim da lida,
só não me diga que o não avisei sobre a vida.




John Borovisque
(in Verso Rígido. 2012.)

A Tentativa de poema

- Pois é. Talvez eu saiba o que seja amor.
- Você sabe amar.
- Que ironia. Se eu sei amar?
- Eu afirmei. Você sabe amar.
- Por que acha isso?
- Senti no teu tom de voz.
- Não tenho sorte no amor. Vou começar a jogar. Acho que
consigo ficar rica.
- Veja pelo lado positivo da coisa: acabamos de fazer um poema.






John Borovisque.
(in Verso Rígido. 2012.)

Promessa

Já esperava.
O fato de crescer em teus braços,
Me enraizar como faz o tempo,
jogando longe, seus laços
de entendimento

(leia-se arrependimento.)



Procurava
de norte a sul
a boca que antes dissera, espessa,
que em nós estava a promessa
pro mar menos azul.
Esqueci-me disto no templo.


Sou eu,
O último púbere da aldeia perdida,
tão único em minha cumplicidade
e com tanta vontade pra mal guiar uma vida.


E sou eu, um monge, ou Morfeu
O que reza por ti, às vezes,
­­Que te canta canções
Ou o que só te faz passar os meses,


Mas, cá entre nós,
Me senti feliz em prever o tempo,
Em saber que o povo reagiu bem
vendo o seguro morrer de velho.




John Borovisque.
(in Verso Rígido. 2012.)

Poema interessante

É bem perceptível
esse seu entusiasmo,
porque mal consegues falar
e sou eu quem engasgo!





John Borovisque.
(in Verso Rígido. 2012.)

Pois todo amor cai como uma bomba

Quando amamos um amor,
queremos que ele nos venha
todo engomadinho, todo bonito.
Santo amor que nos convenha!

E não digo que isso esteja errado.
Certo.

Porém,
não se pode exigir uma flor
sem que mesmo possas amar,
condenar o outro a um olhar
que não o seu, de amor.

Beijo.
Uma forma carinhosa de afeto.
- E se eu não quiser beijar?
Aí, tem o abraço.
- Não quero amar de perto.
Ainda há o sorriso.

E não digo que isso esteja passado:
Presenteie-se.




John Borovisque.
(in Verso Rígido. 2012.)

Quantempo

Quanto tempo demora O cego a enxergar Depois que a noite cai, O dia se vai, e chega a hora? Quanto tempo me resta de vida Que, de tão já gastas pernas Das quais andam, há sempre (e ternas) Pelos bosques da juventude perdida? Há quanto tempo disfarço O que sempre senti pelo amor, Que me voou das mãos, com tanto horror Que nem pude mais o agarrar com um só abraço? Manipulo-me. Então, retiro-me, A ler versos de dor sem sentido, Nos quais me encontro, de ser tão contido, De ser tão repetido que até compreendo-me. Há quanto tempo eu não vejo Que estou vivo, e que o tempo passa, Que não há mais peito, nem graça Pra invocar meu São Desejo? E se já não me acabei, Por que aqui estou, a me acabar, Por algo a que ainda há de me matar Que é o tempo pelo qual nem passei? John Borovisque.

(Intro #1)

"Certa vez, o revisor de Verso Rígido me questionou sobre o porquê do nome dos dois atos da obra. Disse que não faria sentido. Cara ou Coroa e O Outro Lado da Moeda - Como assim, moço? Respondi-lhe que a vida é um jogo, como cara ou coroa, e que, nem sempre seus jogadores estão preparados para lidarem com o outro lado da moeda (que pode ser encarado como o resultado do jogo ou como uma simples consequência da vida) que é exatamente o que elas não veem, talvez porquem não podem, não conseguem, ou porque não querem. Isso pode ser triste, ou alegre, mas, sobretudo, fatal."

Por mim.

10, 2nd 2011.

Olá pessoal, tudo bom? Este aqui é um cantinho dedicado às minhas obras, às poesias. Hoje, estou começando por aqui uma nova fase de vida, já que estou prestes a publicar meu primeiro livro, uma antologia poética. Bom, "Verso Rígido" é um livro bastante versátil, onde eu abordo e até chego a "remodelar" alguns conceitos, ao longo do livro. Separei alguns poemas e estarei divulgando-os aqui. Este é um tipo diferente de tudo (ou quase tudo) o que já viram relacionado à poesia, então, só espero que acolham a idéia que cada um vos passa com o máximo de carinho e atenção que puderem. Por favor, também gostaria muito que comentassem. Adoro outros pontos de vista, tanto positivos como negativos, desde que estes últimos sejam construtivos. Até as próximas palavras, e muito obrigado. John.