terça-feira, 4 de outubro de 2011

Poema de um sotaque só

Eu falo um brasileiro
Com um quê de português;
Marinha mercante, tipo merchan
E, assim, vou fechando o mês.


Nunca me dei com o baianês
Do sonoro farol da barra
Mas, que de boas gurias e axé-farra,
Até mata o meu guri freguês.


Dos pés de meu sambista,
Canto hinos ao teu célebre fascista
Numa última paródia italiana


E perco meu tempo, à americana
s-o-l-e-t-r-a-n-d-o conduíte e chupando cana
Nesta vida que só se entende por brasiliana.




John Borovisque
(in Verso Rígido. 2012.)

2 comentários:

  1. Esta miscelânea de vozes diz bem sobre a doce mistura que nos faz brasileiros.

    Parabéns!

    ResponderExcluir
  2. Valeu, Rogério

    Grato por sua presença aqui
    grande abraço,

    ResponderExcluir